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Metodologias ativas
Open University

A Open University (OU) recebeu, em 1971, na Inglaterra, seus primeiros estudantes como escola superior autônoma, proporcionando a muitas pessoas a oportunidade de iniciar ou retomar seus estudos, com compromisso de promoção da igualdade de oportunidades para todos.


Sua missão é  "Promover oportunidades educacionais e de justiça social, oferecendo formação universitária de alta qualidade para todos os que desejam realizar suas ambições e realizar o seu potencial. Através de pesquisa acadêmica, inovação pedagógica e parceria colaborativa buscamos ser um líder mundial na concepção, conteúdo e entrega de aprendizagem aberta com apoio."

 

Para que isso seja cumprido, é necessário seguir algumas diretrizes básicas administrativas e acadêmicas para garantir que a missão seja colocada em prática. Ao longo dos anos, os suportes trabalhados e oferecidos pela OU foram se modificando, evoluindo do material impresso (produzido pelos próprios cientistas e professores da universidade), passando pela televisão, rádio, dvds, até chegar à internet em 1994. Ao mesmo tempo que estes recursos foram se modificando,  a forma de se ensinar também foi se modificando e diversificando, acompanhando o desenvolvimento tecnológico e absorvendo e incorporando os benefícios que a tecnologia trouxe. Por trás de todo o suporte tecnológico se faz presente um corepedagógico que segue preceitos bem elaborados.

 

As principais diretrizes que permeiam as metas da OU são:

. Oferecer um ensino de alta qualidade, de custo baixo, flexível e que promova uma ótima experiência de aprendizagem ao aluno.

. Oferecer um sistema de ensino e aprendizagem acessíveis, robusto, confiável e fácil de usar, dentro do padrão que existe no mercado.

. Permitir o acesso aberto a todos e de forma global, ou seja, que possa ser acessível a qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Internacionalização do currículo.

. Que as tecnologias utilizadas também sejam acessíveis, flexíveis, robustas.

. Suporte a todas as formas de ensino.

. Oferecer qualidade na experiência do aluno é fundamental para a reputação da OU e na atração e retenção de alunos. . O aumento do uso de tecnologias, especialmente as on-line.

. Oferecer ao aluno a oportunidade de escolher a metodologia que ele irá utilizar para aprender, propiciar acesso a materiais de alta qualidade em diferentes formatos.

. Busca de inovação no ensino, nas metodologias e nos suportes educacionais.

Essa síntese de diretrizes e bases para a OU norteia a instituição desde a sua origem e faz com que seja referência mundial como proposta pedagógica inovadora e democrática.

Segundo Kenski (1999), " na realidade, o processo educacional é predominantemente semipresencial uma vez que é impossível se pensar que todas as atividades educativas conducentes ao conhecimento, ainda que previstas venham a ocorrer exclusivamente no espaço da escola, em sala de aula e diante da figura do professor."

 

Isto significa que o processo de aprendizagem se dá em todos os espaços e situações onde o aluno transita, ou seja, a aprendizagem não está restrita à geografia escolar. Atualmente com o apoio de tecnologias móveis, isto se amplia ainda mais, pois o acesso às informações e novos recursos estão à mão do aluno, que adquire propriedade na criação e desenvolvimento de projetos e utilização de ferramentas para este fim.

 

A produção de conteúdos não está mais nas mãos de conteudistas pré-determinados, hoje alunos e professores são co-criadores de seus próprios conteúdos, podendo trabalhar de forma colaborativa e ativa em projetos e compartilhar entre todos.

 

 " ... A possibilidade de interação entre professores, alunos, pessoas, objetos e informações que estejam envolvidos no processo redefine toda a dinâmica de aula e cria diferentes vínculos entre seus participantes...", Kenski (1999). Alguns exemplos como os projetos em Harvard e Stanford que estimulam a criação de vídeos com conteúdos pelos próprios alunos, com linguagens específicas de cada suporte ou recurso, faz com que os alunos desenvolvam novas habilidades, descubram talentos,  trazendo motivação para o aprendizado de temas muitas vezes complexos.

 

Dá-se aí uma construção individual e ao mesmo tempo coletiva de conteúdos de formas diferentes e dinâmicas, resultando em novas formas de se aprender, fugindo da configuração tradicional do professor passando o conteúdo e alunos escutando passivamente.

 

Essa ruptura com o modelo tradicional hoje se apresenta de diversas formas, seja através de novos desenhos em sala de aula, novas metodologias, novos modelos pedagógicos, seja sala de aula invertida, modelos híbridos ou ensino à distância, a questão é que o aluno sai do papel de receptor passivo e passa a ser co-criador e protagonista de sua jornada de aprendizagem.

A neurociência possibilita a compreensão dos processos cognitivos e o estudo da inteligência humana com ênfase na aprendizagem. Como a Educação à Distância apresenta diversas possibilidades de processos cognitivos, é necessário um foco maior dedicado ao estudo das neurociências por parte dos educadores ou envolvidos com atividades de ensino e de aprendizagem.

 

Ela auxilia a enxergar melhor os processos utilizados no uso de tecnologias, interfaces digitais, espaços virtuais, ajudando a desenvolver melhores espaços de aprendizagem virtuais e atividades mais adequadas.

 

O desenvolvimento cognitivo humano é gerado a partir das experiências e interrelações entre os seres humanos, contextualizadas em suas relações socio-culturais e inseridas e criadas no ambiente do qual fazem parte. Está diretamente relacionado à natureza humana, pois, através destas interações e interconexões, é possível gerar conhecimento.

 

A informação por si só não gera o conhecimento, mas a forma e interpretação de informações baseadas em contextos específicos geram significados e interpretações a estas informações, resignificando-as por si só. A apreensão desses significados é que gera o conhecimento.

 

Nesse sentido, a memória é uma das funções mais importantes na geração do conhecimento, pois não só carregam os traços das experiências vividas, como possibilitam a geração de novas experiências. A memória é uma função cognitiva com potência de desenvolvimento, pois é constituída a partir da vivência da pessoa, à partir das experiências de vida, da cultura e dos processos neuronais.

 

Outra função importante no processo da geração do conhecimento é a percepção, que depende da memória, e nos mostra as nossas condições e possibilidades de desenvolvimento no dia a dia. Um novo conhecimento precisa de um conhecimento anteriormente construído para ser gerado e, neste caso, memória e percepção andam lado a lado. A memória dá elementos para que a percepção possa se desenvolver mais e mais.

 

Na educação à distância há algumas diferenças de processos cognitivos como, por exemplo, quando há um processo de aprendizagem on time: processo de apreensão dos alunos ao mesmo tempo que os professores, a retenção da informação se dá no mesmo momento em que está sendo trabalhado.

 

Já no processo de aprendizagem assíncrona, onde o aluno vai buscar um conhecimento que foi colocado num repositório onde ele irá acessar em qualquer momento, não haverá interação com simultaneidade. A forma como o aluno processa essa informação e gera o conhecimento se dá de outra maneira que o processo de aprendizagem on time. A ideia da interação na educação à distância é que vai fazer toda a diferença.

 

Quando existe uma interface física, por exemplo, um monitor entre o aluno e o material utilizado (no caso de um vídeo gravado ou de um objeto multimídia), é importante se pensar na forma de retenção dos conteúdos apresentados, pois na forma presencial há uma interação entre professor e aluno, onde se estabelecem conexões e pontos de comunicação que não existem quando o conteúdo é apresentado à distância via uma interface. Uma alternativa a esta falta de interação é poder propiciar ao aluno uma interação posterior, onde o aluno pode receber uma resposta ou interação, por exemplo, via chat, via forum, mas que possibilite ao aluno levantar questionamentos e receber um feedback.

 

Diante dessas diferenças há uma necessidade de se criar uma variedade de formatos de conteúdos além dos textos, pois as formas de acesso a esses conteúdos na educação à distância são diversos, podendo ou não o aluno interagir com os materiais de estudo e com os professores e/ou tutores. Para cada forma de conexão e acesso, é necessária uma forma diferente de abordagem e  apresentação de conteúdos, que precisam ser significativos e realmente proporcionar processos cognitivos positivos e que gerem realmente conhecimento.

 

Processos cognitivos e educação à distância

Fundamentos da Tecnologia Educacional e Educação à Distância

 

Professora: Susane Garrido

 

Nesta disciplina foi abordada a temática da EaD envolvendo as tecnologias digitais virtuais e a neurocognição humana através de leituras, vídeos, entrevistas, fóruns, webconferences, entre outros.

Desenvolvi alguns textos para fóruns e trabalho final com resenhas abordando vários temas interessantes como a de processos e funções cognitivas.

Resenhas
Fóruns

A  Educação à Distância é uma modalidade de ensino que vem democratizá-lo, pois possibilita ao aluno o acesso a diversas formas e conteúdos de aprendizagem sem a necessidade de presença em salas de aula.

 

Desde a época em que o ensino a distância se realizava por correspondência, até a atualidade em que o uso de tecnologias vem crescendo e ampliando o leque de opções de formatos de cursos à distância vem nos mostrar a expansão e capacidade de alcance dessa modalidade de ensino.

 

Em determinadas situações em que o aluno não pode ter acesso à sala de aula, seja por questões pessoais, geográficas, socioeconômicas, entre outras, a educação à distância se mostra uma opção democrática de ensino, possibilitando o acesso a todos os alunos que estão disponíveis a aprender.

 

Com o avanço das tecnologias, o tempo e espaço se tornaram relativos e, com distâncias encurtadas, estudar tornou-se possível, acessível (valores mais baixos de mensalidades) e atinge um grande número de pessoas.

 

Hoje é possível participar de plataformas de aprendizagem, foruns, assitir materiais multimídia, realizar videoconferências, publicar materiais, enfim, há uma série de ferramentas tecnológicas que tornam o ensino à distância dinâmica, participativo, interativo e colaborativo.

 

Ainda há uma diferença entre o ensino presencial e o à distância pelas conexões em tempo real entre as pessoas. Se houver, por exemplo, uma interação entre alunos de uma classe através de videoconferência, apesar de estarem todos ao mesmo tempo (sincronamente) interagindo, a forma como eles se conectam é diferente, pois há uma proximidade de corpos, olhares, cheiros, entre outros que traz uma significação diferenciada em relação à interação realizada através de monitores de computador que se encontram separando os alunos durante uma videoconferência.

 

Meu conceito de EAD

No ensino à distância é importante ressaltar a necessidade da interação como uma forma de desenvolvimento de funções cognitivas entre professores e alunos que fogem do modelo de reações de estímulo e resposta.

 

No modo assíncrono, onde buscamos o conteúdo que foi colocado no repositório (plataforma ou outro local) e acessamos em qualquer horário, não há uma reciprocidade e interação entre professores e alunos. Haverá uma pequena interatividade se for possível uma troca de informações posteriormente através de foruns, emails, mensagens, entre outros.

 

Para isso, é necessário que uma variedade de formatos de conteúdos sejam desenvolvidos e disponibilizados para o aluno para que possa haver uma riqueza de experiências de aprendizagem, para que o aluno possa apreender estes conteúdos de diversas formas, percebendo-os e significando-os de maneira positiva, motivadora e realmente interativa.

 

Diante disso, acredito que a EAD hoje, com o desenvolvimento tecnológico, com todas as possibilidades de recursos multimídia, de comunicação e interação, possa proporcionar aprendizados significativos múltiplos, com ampla gama de interatividade, colaboração e participação.

 

 

 

Funções cognitivas

Para mim, o conceito de sala de aula invertida é muito interessante, pois traz uma dinamização e proporciona um protagonismo maior por parte dos alunos dentro de uma sala de aula. O modelo clássico vigente do design de uma sala de aula já está obsoleto diante de gerações de crianças e jovens que têm acesso às novas tecnologias e acessam vários dispositivos, sites, redes sociais simultaneamente. Este desenho do professor na frente da classe discursando e os alunos passivos assitindo vem sendo substituído por grupos de alunos interagindo em projetos, grupos de discussão, motivados pelos assuntos interessantes que são vistos em casa e depois levados para discussão e compartilhamento na sala de aula.

 

O ponto em questão é este: qual o formato ideal e a qualidade destes conteúdos disponibilizados aos alunos no modelo de sala de aula invertida? Como se distanciar desse modelo apenas de transmissão de conhecimentos passiva de uma forma interessante e motivadora? As metodologias ativas a priori estão trazendo essa possibilidade, mas tenho minhas percepções em relação à forma como estes conteúdos são disponibilizados aos alunos.

 

Não são todos os vídeos que são interessantes, não são todos os recursos multimídia que são interessantes, mas sim o conceito, a  forma e linguagem como eles são criados e realizados é que são importantes. Por exemplo, um video onde é apresentado somente um professor apresentando a aula mantem o mesmo formato do ensino presencial clássico. Onde está a interação e ação entre alunos e professores?

 

Um vídeo onde há uma nova forma de apresentar o conteúdo já abre novas portas e fronteiras do pensar. Abre-se a possibilidade de discussões e novos pontos de vista. Pois o caminho de ação das metodologias ativas é abrir esta possibilidade do aluno, estando motivado por este conteúdo que o mobiliza a pensar, repensar e discutir, se transformar no protagonista de sua própria trajetória de aprendizagem, não se tornando um receptor passivo de conteúdos.

 

 

 

Metodologias ativas: flipped classroom
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